quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Questões de Vestibular - Literatura


Questões de vestibular - Literatura

USP - 2014 - Vestibular Fuvest

Ora nesse tempo Jacinto concebera uma ideia... Este Príncipe concebera a ideia de que o “homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. E por homem civilizado o meu camarada entendia aquele que, robustecendo a sua força pensante com todas as noções adquiridas desde Aristóteles, e multiplicando a potência corporal dos seus órgãos com todos os mecanismos inventados desde Teramenes, criador da roda, se torna um magnífico Adão, quase onipotente, quase onisciente, e apto portanto a recolher [...] todos os gozos e todos os proveitos que resultam de Saber e Poder... [...]
Este conceito de Jacinto impressionara os nossos camaradas de cenáculo, que [...] estavam largamente preparados a acreditar que a felicidade dos indivíduos, como a das nações, se realiza pelo ilimitado desenvolvimento da Mecânica e da erudição. Um desses moços [...] reduzira a teoria de Jacinto [...] a uma forma algébrica:

               Suma ciência
                       X                 = Suma felicidade
               Suma potência

E durante dias, do Odeon à Sorbona, foi louvada pela mocidade positiva a Equação Metafísica de Jacinto.

Eça de Queirós, A cidade e as serras.

QUESTÃO 010 - Sobre o elemento estrutural “oni”, que forma as palavras do texto “onipotente” e “onisciente”, só NÃO é correto afirmar:

a) Equivale, quanto ao sentido, ao pronome “todos(as)”, usado de forma reiterada no texto.

b) Possui sentido contraditório em relação ao advérbio “quase”, antecedente.

c) Trata-se do prefixo “oni”, que tem o mesmo sentido em ambas as palavras.

d) Entra na formação de outras palavras da língua portuguesa, como “onipresente” e “onívoro”.

e) Deve ser entendido em sentido próprio, em “onipotente”, e, em sentido figurado, em “onisciente”.

QUESTÃO 011 - O texto refere-se ao período em que, morando em Paris, Jacinto entusiasmava-se com o progresso técnico e a acumulação de conhecimentos. Considerada do ponto de vista dos valores que se consolidam na parte final do romance, a “forma algébrica” mencionada no texto passaria a ter, como termo conclusivo, não mais “Suma felicidade”, mas, sim, Suma

a) simplicidade.

b) abnegação.

c) virtude.

d) despreocupação.

e) servidão.

QUESTÃO 012 - Examine as seguintes afirmações relativas a romances brasileiros do século XIX, nos quais a escravidão aparece e, em seguida, considere os três livros citados:

I. Tão impregnado mostrava-se o Brasil de escravidão, que até o movimento abolicionista pode servir, a ela, de fachada.
II. De modo flagrante, mas sem julgamentos morais ou ênfase especial, indica-se a prática rotineira do tráfico transoceânico de escravos.
III. De modo tão pontual quanto incisivo, expõe-se o vínculo entre escravidão e prática de tortura física.

A. Memórias de um sargento de milícias;
B. Memórias póstumas de Brás Cubas;
C. O cortiço.

As afirmações I, II e III relacionam-se, de modo mais direto, respectivamente, com os romances
a) B, A, C.
b) C, A, B.
c) A, C, B.
d) B, C, A.
e) A, B, C.

GABARITO

QUESTÃO 010 - E
QUESTÃO 011 - E
QUESTÃO 012 - B

Questões de vestibular - literatura



USP - 2014 - Vestibular Fuvest

CAPÍTULO LXXI

O senão do livro

Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
E caem! — Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

QUESTÃO 007 - No contexto, a locução “Heis de cair”, na última linha do texto, exprime:

a) resignação ante um fato presente.

b) suposição de que um fato pode vir a ocorrer.

c) certeza de que uma dada ação irá se realizar.

d) ação intermitente e duradoura.

e) desejo de que algo venha a acontecer.


QUESTÃO 008 - Um leitor que tivesse as mesmas inclinações que as atribuídas, pelo narrador, ao leitor das Memórias póstumas de Brás Cubas teria maior probabilidade de impacientar-se, também, com a leitura da obra
a) Memórias de um sargento de milícias.
b) Viagens na minha terra.

c) O cortiço.

d) A cidade e as serras.

e) Capitães da areia.


QUESTÃO 008 - Nas primeiras versões das Memórias póstumas de Brás Cubas, constava, no final do capítulo LXXI, aqui reproduzido, o seguinte trecho, posteriormente suprimido pelo autor:

[... Heis de cair.] Turvo é o ar que respirais, amadas folhas. O sol que vos alumia, com ser de toda a gente, é um sol opaco e reles, de ........................ e ........................ .

As duas palavras que aparecem no final desse trecho, no lugar dos espaços pontilhados, podem servir para qualificar, de modo figurado, a mescla de tonalidades estilísticas que caracteriza o capítulo e o próprio livro. Preenchem de modo mais adequado as lacunas as palavras

a) ocaso e invernia.

b) Finados e ritual.

c) senzala e cabaré.

d) cemitério e carnaval.

e) eclipse e cerração.


QUESTÃO 009 - Considere as seguintes comparações entre Vidas secas, de Graciliano Ramos, e Capitães da areia, de Jorge Amado:

I. Quanto à relação desses livros com o contexto histórico em que foram produzidos, verifica-se que ambos são tributários da radicalização político-ideológica subsequente, no Brasil, à Revolução de 1930.

II. Embora os dois livros comportem uma consciência crítica do valor da linguagem no processo de dominação social, em Vidas secas, essa consciência relaciona-se ao emprego de um estilo conciso e até ascético, o que já não ocorre na composição de Capitães da areia.

III. Por diferentes que sejam essas obras, uma e outra conduzem a um final em que se anuncia a redenção social das personagens oprimidas, em um futuro mundo reconciliado, de felicidade coletiva.

Está correto o que se afirma em

a) I, somente.

b) I e II, somente.

c) III, somente.

d) II e III, somente.

e) I, II e III.


GABARITO

QUESTÃO 007 - C
QUESTÃO 008 - B
QUESTÃO 009 – D

Questões de Vestibular - Literatura



USP - 2014 - Vestibular Fuvest


Revelação do subúrbio

Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a vidraça do carro*,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite come o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luta, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.

(*) carro: vagão ferroviário para passageiros.


Questão 002 - Para a caracterização do subúrbio, o poeta lança mão, principalmente, da(o)

a) personificação.

b) paradoxo.

c) eufemismo.

d) sinestesia.

e) silepse.


Questão 003 - Considerados no contexto, dentre os mais de dez verbos no presente, empregados no poema, exprimem ideia, respectivamente, de habitualidade e continuidade

a) “gosto” e “repontam”.

b) “condensa” e “esforça”.

c) “vou” e “existe”.

d) “têm” e “devolve”.

e) “reage” e “luta”.


Questão 004 - Em consonância com uma das linhas temáticas principais de Sentimento do mundo, o vivo interesse que, no poema, o eu lírico manifesta pela paisagem contemplada prende-se, sobretudo, ao fato de o subúrbio ser

a) bucólico.

b) popular.

c) interiorano.

d) saudosista.

e) familiar.


Questão 005 - No poema de Drummond, a presença dos motivos da velocidade, da mecanização, da eletricidade e da metrópole configura-se como

a) uma adesão do poeta ao mito do progresso, que atravessa as letras e as artes desde o surgimento da modernidade.

b) manifestação do entusiasmo do poeta moderno pela industrialização por que, na época, passava o Brasil.

c) marca da influência da estética futurista da Antropofagia na literatura brasileira do período posterior a 1940.

d) uma incorporação, sob nova inflexão política e ideológica, de temas característicos das vanguardas que influenciaram o Modernismo antecedente.

e) uma crítica do poeta pós-modernista às alterações causadas, na percepção humana, pelo avanço indiscriminado da técnica na vida cotidiana.

Questão 006 - Segundo o crítico e historiador da literatura Antonio Candido de Mello e Souza, justamente na década que presumivelmente corresponde ao período de elaboração do livro a que pertence o poema, o modo de se conceber o Brasil havia sofrido “alteração marcada de perspectivas”. A leitura do poema de Drummond permite concluir corretamente que, nele, o Brasil não mais era visto como país

a) agrícola (fornecedor de matéria-prima), mas como industrial (produtor de manufaturados).

b) arcaico (retardatário social e economicamente) mas, sim, percebido como moderno (equiparado aos países mais avançados).

c) provinciano (caipira, localista) mas, sim, cosmopolita (aberto aos intercâmbios globais).

d) novo (em potência, por realizar-se), mas como subdesenvolvido (marcado por pobreza e atrofia).

e) rural (sobretudo camponês), mas como suburbano (ainda desprovido de processos de urbanização).




Gabarito

Questão 002 - A
Questão 003 - C
Questão 004 - B
Questão 005 - D
Questão 006 – D


terça-feira, 20 de setembro de 2016

Eu sei, mas não devia - Marina Colasanti

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir ao telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. [...] E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. [...] A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. [...] E se no fim de semana não
há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

COLASANTI, Marina. Eu sei, mas não devia.
Rio de Janeiro: Rocco, 1996. p. 9. Adaptado.


Este é um texto magnífico que nos leva a uma  reflexão sobre o fato de muitos se mostrarem inertes diante da vida.

BIOGRAFIA


Marina Colasanti nasceu em 1937 na cidade de Asmara, capital da Eritreia. Residiu posteriormente em Trípoli, na Líbia, mudou-se para Itália e, em 1948, transferiu-se com a família para o Brasil, onde vive até hoje na cidade do Rio de Janeiro. É casada com o também escritor Affonso Romano de Sant'Anna e tem duas filhas, Fabiana e Alessandra Colasanti.

De formação artista plástica, ingressou no Jornal do Brasil, dando início à sua carreira de jornalista. Desenvolveu atividades em televisão, editando e apresentando programas culturais. Foi publicitária. Traduziu importantes autores da literatura universal.

Seu primeiro livro data de 1968. Hoje são mais de cinquenta títulos publicados no Brasil e no exterior, entre os quais livros de poesia, contos, crônicas, livros para crianças e jovens e ensaios sobre os temas literatura, o feminino, a arte, os problemas sociais e o amor. Por meio da literatura, teve a oportunidade de retomar sua atividade de artista plástica, tornando-se sua própria ilustradora. Sua obra tem sido tem de numerosas teses universitárias.

É uma das mais premiadas escritoras brasileiras, detentora de vários prêmios Jabutis, do Grande Prêmio da Crítica da APCA, do Melhor Livro do Ana da Câmara Brasileira do Livro, do prêmio da Biblioteca Nacional para poesia, de dois prêmios latino-americanos. Foi o terceiro prêmio no Portugal Telecom de Literatura 2011. Tornou-se hors-concoursda Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), após ter sido várias vezes premiada.

Participa ativamente de congressos, simpósios, cursos e feiras literárias no Brasil e em outros países.


Texto contido no livro "Como se fizesse um cavalo" (2012), Pulo do Gato

Qual a diferença entre poema, poesia, estrofe e verso?


Primeiramente, qual a diferença entre poema e poesia?

Há muitas dúvidas na distinção entre poema e poesia, fato que causa problemas na hora de usar esses vocábulos corretamente. Vejamos:
·                     Poema - é a obra (texto) em verso. Poema é a organização, estrutura das palavras.
·                     Poesia - é a qualidade poética de um texto ou obra de arte ou situação. Pode haver poesia num por de sol, por exemplo. Está em quem a sente. Filosoficamente, ela não pode existir por si mesma, independentemente de alguém que a sinta.
·                     Verso - é cada linha de um poema.
·                     Estrofe - é cada agrupamento de versos, separadas por uma linha em branco.

Classificação das estrofes 

As estrofes podem ser classificadas pelo número de versos:
1 verso – Monóstico
2 versos – Dístico
3 versos – Terceto
4 versos – Quarteto ou quadra
5 versos – Quintilha
6 versos – Sextilha
7 versos – Septilha
8 versos – Oitava
9 versos – Nona
10 versos – Décima
Mais de 10 versos – Estrofe irregular


Um pouco de História
Fortemente relacionada com a música, beleza e arte, a poesia tem as suas raízes históricas nas letras de acompanhamento de peças musicais. Até a Idade Média, eram cantadas. Só depois é que o texto foi separado do acompanhamento musical. Tal como na música, o ritmo tem uma grande importância.
Na Grécia Antiga, foi a forma predominante de literatura. Os três gêneros (lírico, dramático e épico) eram escritos em forma de poemas. A narrativa, entretanto, foi tomando importância, ficando a poesia mais relacionada com o gênero lírico.
A poesia tinha uma forma fixa: seus versos eram metrificados, isto é, observavam os acentos, a contagem silábica, o ritmo e as rimas. A contagem silábica dos versos foi sempre muito valorizada até o início do século XX. Quando a obra que não se encaixasse nas normas de metrificação não era considerada poesia. Isto mudou com a influência do Modernismo- movimento cultural, surgido na Europa que buscava ruptura com o classicismo. Atualmente (principalmente depois do modernismo e da semana de arte moderna) o ritmo dos versos foi liberado e temos os chamados “versos livres” que não seguem nenhuma métrica.

Referências:
Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
LYRA, Pedro. Conceito de Poesia. São Paulo: Ática, 1986. (Adaptado com correções da Wikipedia)


Questão 0001 - Gabarito comentado

Prova CESPE 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo área XX 


SONETO XCVIII

"Destes penhascos fez a natureza"
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;

Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.
                                                   Claudio Manuel da Costa


Em relação ao poema acima apresentado e aos períodos iniciais da história da literatura brasileira, julgue os próximos itens.
Nesse soneto, a natureza é descrita por meio de elementos referenciais e simbólicos, tal como nos textos produzidos no contexto da literatura de informação quinhentista, em que se verifica, no que se refere aos elementos naturais, o mesmo tipo de abordagem.
Parte superior do formulário



a(     )Errado
b(    )Certo



Resposta: Errado

Comentário: 

O autor Claudio Manuel da Costa transita entre Barroco  ( escritos de juventude) e o arcadismo (a partir do seu contato com o iluminismo, que concebia práticas mais racionais nas belas-letras), por isso esse poema trata da paisagem local (Minas Gerais) : um cenário rochoso (penhascos e penhas).
Observe ainda que o eu lírico  marca a oposição (característica barroca) entre o cenário e sua alma  e diz para temerem a ferocidade do Amor (caracterizado como tirano), que mais se empenha onde há mais resistência. Aqui, outra característica do barroco que é o amor exagerado.

A literatura do quinhentismo, também conhecido como literatura dos viajantes ou literatura dos cronistas, como consequência das Grandes Navegações, empenha-se em fazer um levantamento da “terra nova”(Brasil), de sua floresta e fauna, de seus habitantes e costumes, que se apresentaram muito diferentes dos europeus. Daí ser uma literatura meramente descritiva e, como tal, sem grande valor literário. 

Essa descrição não acontece no poema acima.